caso isadora

Namorado é denunciado por morte de modelo santa-mariense em Santa Catarina

Michelli Taborda

Foto: Arquivo Pessoal

O Ministério Público de Santa Catarina denunciou, nesta quarta-feira, o namorado da modelo santa-mariense que foi assassinada em Santa Catarina, em maio deste ano. Segundo a denúncia, que foi aceita pela Justiça, Paulo Odilon Xisto Filho, de 36 anos, vai responder pela morte de Isadora Viana Costa, de 22 anos, ocorrida no município catarinense de Imbituba, onde ele morava. Paulo Odilon foi denunciado por homicídio qualificado por feminicídio e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de fraude processual, já que, segundo o MP, a cena do crime foi modificada a fim de induzir a perícia a erros.

- Demonstrando extrema frieza e dissimulação, após matar a vítima, o denunciado solicitou atendimento ao Corpo de Bombeiros, informando que ela estaria tendo uma convulsão e teve o cuidado de espalhar no local diversas cartelas de remédios controlados, para dar credibilidade a sua versão - afirma, na denúncia, a promotora de Justiça Sandra Goulart Giesta da Silva, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Imbituba.

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Paulo Odilon ainda foi denunciado por posse ilegal de acessório de uso restrito para arma de fogo. Uma amiga do acusado, que teria ajudado a limpar o apartamento antes da chegada da perícia, também foi denunciada por fraude processual.

No dia 4 de junho, a Justiça de Santa Catarina negou o pedido de prisão preventiva contra Paulo Odilon. Entretanto, conforme o MP, foi determinado que ele não frequente bares, boates e festas, além de não fazer uso de bebidas alcoólicas ou entorpecentes, de manter contato com as testemunhas do caso e de deixar o país. O passaporte também está retido e, ainda de acordo com o MP, a Justiça determinou que ele não se ausente de Imbituba, onde o crime aconteceu, por mais de sete dias sem autorização prévia.  

O QUE DIZ A DEFESA

"A defesa não concorda com a acusação, foi um grande equívoco. Ele não agrediu a menina e vamos provar que não foi isso o que aconteceu." 
Aury Celso Lima Lopes Júnior, advogado de defesa 

O QUE DIZ A ACUSAÇÃO 

"Nós já esperávamos que ele fosse denunciado, porque as provas eram extremamente consistentes. Queremos que ele seja julgado e, se for o caso, condenado dentro dos atos processuais. Para nós, essa denúncia é um avanço, mas não acho que seja uma vitória, porque não há compensação nem nada que a traga de volta. Pretendemos dar uma resposta, por meio da Justiça, para essa família que já sofreu tanto." 
Daniela Félix, advogada da família de Isadora e assistente de acusação

COMO ACONTECEU O CRIME
Conforme as investigações, o casal se conheceu em Santa Maria, em março de 2018. No mês seguinte, o namoro teve início, e Isadora aceitou o convite do namorado para passar alguns dias em Imbituba. Na madrugada do crime, os dois tiveram uma discussão que terminou na morte da jovem. A denúncia aponta que Paulo Odilon era lutador de artes marciais e, por isso, conseguiu imobilizar a namorada, desferindo diversos golpes no abdômen.

- O médico legista concluiu que as lesões traumáticas encontradas no abdômen da vítima, como laceração de vasos abdominais e laceração hepática, foram decorrentes de ação mecânica de alto impacto contra o abdômen e provavelmente repetitiva, compatíveis com múltiplos chutes, joelhadas e socos - escreveu a promotora.

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Após o crime, Paulo Odilon solicitou atendimento ao Corpo de Bombeiros, mas não acompanhou Isadora até o hospital. O MP alega que o acusado permaneceu dentro da residência, para ocultar provas e dificultar o trabalho de investigação. O acusado só foi para o hospital após modificar a cena do crime. No local, encontrou a amiga, para quem entregou as chaves do apartamento para que ela retirasse o lençol sujo de sangue que estava em cima da cama.

O INDICIAMENTO
Após as investigações. a Delegacia de Polícia de Imbituba cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Paulo Odilon e, no dia 14 de maio, foram apreendidos duas toalhas, duas camisetas e quatro pedaços de panos com vestígios de sangue. Dois deles já estavam lavados e dois ainda estavam de molho em um balde com água. Além disso, foram apreendidos uma espingarda calibre .12, 80 munições calibre .12, 66 munições calibre .380. Uma pistola Glock calibre .380 foi entregue posteriormente à polícia.

As armas estavam com os registros vencidos. Também foram apreendidos uma mira à laser para uso em arma de fogo, fabricada na Argentina, de uso restrito.

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